Literatura Portuguesa: Poesia - Luis De Camões

Luis de Camões, em sua obra "Os Lusíadas", publicada em 1572, consegue sintetizar as principais marcas do Renascimento português, o humanismo e as expedições marítimas, revelando sensibilidade para os dramas humanos, amorosos e existenciais. Ele mesmo se vangloria de sua capacidade e de sua conquista, nesse caso sua obra, deixando transparecer toda a sua hipertrofia do eu, ou seja, seu espírito mais que narciso de ser, consciente de suas habiidades.

Claro que, naquele momento da história, era necessário imortalizar os "descobrimentos". Camões o faz inventando uma fantasia mitológica onde os Deuses humanizados entram em conflito por causa da viagem de Vasco da Gama rumo ao Oriente, resumindo a história de Portugal, misturando fatos da história com as intrigas dos deuses gregos que, em determinados momentos da narrativa, ajudam ou atrapalham o navegador, como pode ser visualizado claramente através do Adamastor.

O estilo culto e o uso da mitologia, assim como alusões à história antiga, revelam o profundo conhecimento do autor em relação às culturas grega e romana, mas o destaque é em relação ao enaltecimento do povo português, colocado como o grande herói, e a consequente expansão de sua fé e cultura.

O autor se baseia em obras que mostram vivências coletivas fundamentadas na história de Portugal, com ênfase na história da expansão, imprimindo um cunho pessoal para enxertar maior veracidade. Camões introduz um tema histórico, narra ações realmente acontecidas, se utiliza de experiências de outros e, da capacidade desse observação, faz surgir no homem um novo sentimento de confiança que o habilita até para contrariar seu destino.

Por todo o lido e discutido, podemos seguir duas linhas de pensamento ao analisar "Os Lusíadas". Ali está exposta a exaltação dos feitos portugueses e o registro permanente dos mesmos ou a tentativa de evidenciar os perigos e riscos pelos quais os portugueses passaram com a expansão, não deixando, claro, de louvá-los.

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