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Anáçise Do Filme O Nome Da Rosa


Enviado por   •  10 de Junio de 2012  •  2.371 Palabras (10 Páginas)  •  892 Visitas

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EDUCAÇÃO MEDIEVAL RELIGIOSA NO FILME O NOME DA ROSA

INTRODUÇÃO

Este trabalho se trata de uma reflexão proposta no seminário “Dimensões Históricas dos Sistemas Educativos” ministrado no Curso de Mestrado em Docência Universitária pala Universidade Tecnológica Nacional. Cujo objetivo é a partir da análise de um dos filmes trabalhados durante as aulas caracterizar um período histórico da Educação.

Para este trabalho escolhemos o filme “O nome da Rosa” baseado no livro de Umberto Eco a partir do qual caracterizamos a educação no Período Medieval. Alguns aspectos pertinentes à educação na Idade Antiga também são levantados, pois servem de alicerce aos modelos educacionais da Idade Média. O controle da educação medieval por parte da Igreja pode se fazer notar pelos principais pensadores, a maioria ligada à Igreja.

A educação ocidental apresenta forte influência dos conceitos educacionais greco-romanos e, por conseguinte da educação cristã. São justamente estes conceitos inerentes ao cristianismo medieval que serão analisados e comentados, bem como as fortes marcas deixadas e transmitidas para as correntes educacionais hoje defendidas e utilizados como modernos processos de aprendizagem. Os mais desavisados acabam ignorando a reprodução contida nas teorias pedagógicas apresentadas aos profissionais da educação, crendo de fato em mudanças significativas nos modelos educacionais.

A fase histórica investigada remota a Idade Média principalmente, buscando o final da Idade Antiga, mais especificamente o período que antecede a queda do Império Romano e suas características declinatórias. Apresenta comentários acerca da influência no pensamento ocidental e seus reflexos na atualidade. Lembrando que o norte da referida análise é a educação.

1- CARACTERIZAÇÃO DO FILME:

O Nome da Rosa pode ser interpretado como tendo um caráter filosófico, quase metafísico, já que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução do mistério, a partir de um novo método de investigação. E Guilherme de Bascerville, o frade fransciscano detetive, é também o filósofo, que investiga, examina, interroga, duvida, questiona e, por fim, com seu método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso seja pago um alto preço.

Trata-se do ano 1327, ou seja, a Alta Idade Média. Lá se retoma o pensamento de Santo Agostinho (354-430), um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais, que fará a mediação da filosofia grega e do pensamento do início do cristianismo com a cultura ocidental que dará origem à filosofia medieval, a partir da interpretação de Platão e o neoplatonismo do cristianismo. As teses de Agostinho nos ajudarão a entender o que se passa na biblioteca secreta do mosteiro em que se situa o filme.

Neste tratado, Santo Agostinho estabelece precisamente que os cristãos podem e devem tomar da filosofia grega pagã tudo aquilo que for importante e útil para o desenvolvimento da doutrina cristã, desde que seja compatível com a fé. Isto vai constituir o critério para a relação entre o cristianismo (teologia e doutrina cristã) e a filosofia e a ciência dos antigos. Por isso é que a biblioteca tem que ser secreta, porque ela inclui obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval. O acesso à biblioteca é restrito, porque há ali um saber que é ainda estritamente pagão (especialmente os textos de Aristóteles), e que pode ameaçar a doutrina cristã. Como diz ao final Jorge de Burgos, o velho bibliotecário, acerca do texto de Aristóteles – a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto, faz desmoronar todo esse mundo.

Entre os séculos XII e XIII temos o surgimento da escolástica, que constitui o contexto filosófico-teológico das disputas que se dão na abadia em que se situa O Nome da Rosa. A escolástica significa literalmente "o saber da escola", ou seja, um saber que se estrutura em torno de teses básicas e de um método básico que é compartilhado pelos principais pensadores da época.

A influência desse saber corresponde ao pensamento de Aristóteles, trazido pelos árabes (mulçumanos), que traduziram muitas de suas obras para o latim. Essas obras continham saberes filosóficos e científicos da Antiguidade que despertariam imediatamente interesses pelas inovações científicas decorrentes.

A consolidação política e econômica do mundo europeu fazia com que houvesse uma maior necessidade de desenvolvimento científico e tecnológico: na arquitetura e construção civil, com o crescimento das cidades e fortificações; nas técnicas empregadas nas manufaturas e atividades artesanais, que começam a se desenvolver; e na medicina e ciências correlatas.

O saber técnico-científico do mundo europeu era nesta época extremamente restrito e a contribuição dos árabes será fundamental para este desenvolvimento pelos conhecimentos de que dispunham de matemática, de ciências (física, química, astronomia, medicina) e de filosofia. O pensamento agora (Aristotélico) será marcado pelo empirismo e materialismo.

O enredo desenvolve-se na ultima semana de 1327, num monastério da Itália medieval. A morte de sete monges em sete dias e noites, cada um de maneira mais insólita - um deles, num barril de sangue de porco, é o motor responsável pelo desenvolvimento da ação. A obra é atribuída a um suposto monge, que na juventude teria presenciado os acontecimentos.

Este filme é uma crônica da vida religiosa no século XIV, e relato surpreendente de movimentos heréticos. Para muitos críticos, o nome da rosa é uma parábola sobre a Itália contemporânea. Para outros, é um exercício monumental sobre a mistificação.

A expressão "O nome da Rosa" foi usada na Idade Média significando o infinito poder das palavras. A rosa subsiste seu nome, apenas; mesmo que não esteja presente e nem sequer exista. A "rosa de então", centro real desse romance, é a antiga biblioteca de um convento beneditino, na qual estavam guardados, em grande número, códigos preciosos: parte importante da sabedoria grega e latina que os monges conservaram através dos séculos.

Durante a Idade Média umas das práticas mais comuns nas bibliotecas dos mosteiros eram apagar obras antigas escritas em pergaminhos e sobre elas escreve ou copiar novos textos. Eram os chamados palimpsestos, livretes em que textos científicos e filosóficos na Antiguidade clássica eram raspados das páginas e substituídos por orações rituais litúrgicos.

O nome da rosa é um livro escrito numa linguagem da época, cheio de citações teológicas,

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