A Análise Do Mundo
Enviado por iasmim • 29 de Mayo de 2015 • 1.039 Palabras (5 Páginas) • 205 Visitas
Mas, recusando-me o privilégio de um dia tão grande, ainda me consentiu o encanto de vos falar, de conversar convosco, presente entre vós em espírito; o que é, também, estar presente em verdade (p. 5-6).
Neste célebre discurso, lido em 1920 aos formandos do curso de direito, Rui Barbosa fala do orgulho que sentia em falar aos “juízes de amanhã”, como ele próprio dizia. Experiente jurista, Ruy serviu ao Direito por cinquenta anos. Sua experiência e paixão à causa serviram de base para grande parte de suas palavras. Como um pai que aconselha o filho, Ruy se referia aos bacharelandos sempre com uma maneira muito pessoal, paternal, fornecendo valiosos conselhos e diretrizes a seguir. “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome) [...]” (p. 6).
Oração aos moços é uma brilhante lição de fé e amor à causa servida. Possui ensinamentos sábios e pareceres valiosos para o profissional do Direito. Com palavras eloquentes e emocionantes, fortalece os ideais que caminham juntos aos jovens brasileiros, revelando a força da juventude na construção de uma nação forte e mais justa e convocando os jovens a fazerem parte da “ressureição” do país, da materialização de seu sonho de ver um Brasil íntegro.
Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta. [...] Trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa (p. 41).
O discurso fala acerca do papel do magistrado e a missão do advogado. Com palavras sobre fé, trabalho, amor, justiça, filosofias, dá conselhos para o crescimento tanto profissional quanto pessoal daqueles que vivem no mundo das ciências jurídicas.
A carreira do advogado e do magistrado é tratada como sacerdócio. Dedicação, estudo, leitura, reflexão e oração devem ser companheiros eternos do servidor do Direito. Um profissional que honra sua vocação, não deve se recusar nunca ao trabalho, seja o grande ou pequeno, rico ou pobre quem procura por seus serviços.
A fé é sempre abordada na obra. A prática da oração e o trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem, segundo Ruy Barbosa. Para ele, o homem que trabalha se aproxima cada vez mais de Deus. Essa relação entre criatura e criador é, então, indispensável. “O indivíduo que trabalha acerca-se continuamente do autor de todas as coisas, tomando na sua obra uma parte, de que depende também a dele. O Criador começa, e a criatura acaba a criação de si própria.” (p.18)
O trabalho é tratado por Rui Barbosa como recurso poderoso na criação moral do ser humano, juntamente com a oração. Ambos devem fazer parte da vida do homem, pois “quem quer que trabalhe está em oração ao Senhor”. Mas a oração do ocioso não é válida, pois este desagrada a Deus na sua preguiça.
Segundo Rui Barbosa, a estadia do homem na terra é marcada, após sua morte, com os elementos por ele herdados (que são a parte da natureza) e os criados por ele (o trabalho). A parte da natureza varia muito, pois não existem no universo duas coisas iguais. Podem até ser parecidas, mas nunca iguais. “Mas se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou
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