Antigona

Só sei que nada sei...

Vagando entre ideias sobre o viver, descobri pensamentos desamparados de respostas. Notei que as únicas constatação e regra nos tempos atuais são as incertezas — também das respostas. Vejamos... O espaço é virtual (internético), a família não nos parece mais familiar, o trabalho não define ou assegura o nosso emprego, as barreiras estão sem suas fronteiras, o privado está do avesso, muitos vínculos nascem com uma cláusula de desvínculo e o tempo é instantâneo.

Éramos capazes de projetar as vidas com início, meio e fim. Agora nos esforçamos para conceituar o início do que realizamos, mais ainda quando olhamos para um possível fim e o meio se desfigura na pressa do caminho. No desespero do ponteiro, aumentamos a busca por uma espécie de "autoajuda" baixando aplicativos que não saem da palma da mão e nos conduzem à virtual satisfação de independência e facilidade. A pressão do mercado por ávidos trabalhadores com suas metas do impossível consome seus tempos de vida e convívio familiar por centavos de minutos a mais na produção; consumir o que se produz é uma fome insaciável do capital, que, via de regra, transforma o novíssimo na morte do novo, e o bizarro vira talk show de milhões de visualizações na Internet.

O intuito do texto é apenas apontar movimentos das exuberantes novidades e atuais produções de um estilo de ser humano globalizado, sem tempo para digerir a experiência de (con)viver seus vínculos. Parecemos perdidos um do lado do outro. Abrace-me quem puder...

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