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Relatório de campo na Universidade Federal Fluminense – Campus do Gragoatá


Enviado por   •  27 de Junio de 2017  •  Apuntes  •  981 Palabras (4 Páginas)  •  264 Visitas

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Aluna: Victor Pereira Arlindo

Disciplina: Etnografia dos Conflitos

Professora: Lucía Eilbaum

Relatório de campo na Universidade Federal Fluminense – Campus do Gragoatá

A observação se iniciou no dia 31 de Maio de 2017 por volta das 14h20min logo após algumas instruções da professora na sala 304 do Bloco P eu e mais uma amiga descemos para a entrada do Bloco P para discutirmos qual seria nosso foco na observação. Decidimos fazer a respeito dos escritos deixados pelas pessoas nas portas das cabines dentro dos banheiros, onde por uma questão de comparação decidimos cobrir os blocos P, O, N e A sendo apenas o bloco A não localizado dentro do ICHF, ela cobriria os banheiros femininos e eu os masculinos, e também foi decidido cobrir apenas o segundo e o terceiro andar devido ao tempo da tarefa,  A segunda decisão tomada foi oque observar dentro desses espaços, no qual eu optei por buscar escritos que dialogassem entre si uma vez que achei interessante observar a natureza de tais discussões e se ocorreria alguma variação de bloco para bloco e para os blocos do ICHF em relação ao bloco A. Conforme fomos começando a fazer a atividade, fui percebendo algumas dificuldades a respeito das escolhas feitas para etnografia. Primeiramente o trabalho de registrar os escritos foi uma tarefa que variava de acordo com a cabine e da compreensão dos escritos, uma vez que a iluminação das cabines muitas vezes não permitia uma fotografia clara e algumas vezes o escrito se encontrava apagado oque dificultava mais ainda. Algumas vezes recorria à anotação no caderno, mas alguns dos escritos eram demasiado extensos e por conta de muitos fazerem referencia a outro, isso tornou a compreensão das anotações mais confusa. Outra dificuldade foi a ordem em que a discussão se deu visto que por não ter um acompanhamento histórico do aparecimento dos escritos, a compreensão fica difícil.

Foi no bloco P onde encontrei o maior número de diálogos entre todos os blocos e a natureza das discussões sempre em um caráter político, ou seja, as discussões observadas se davam quase que exclusivamente por divergências políticas. A primeira discussão observada foi entre uma frase defendendo o liberalismo econômico e a propriedade privada, oque para aqueles que possuem alguma vivência no ICHF sabem o quanto isso é incomum, a resposta logo abaixo foi um ataque direto ao sistema capitalista e pregando o fim da propriedade privada. A discussão com maior interação que encontrei nesse bloco foi a respeito da Central Única dos Trabalhadores, a CUT, ser uma instituição fascista pelas práticas pregadas por essa central em manifestações nas quais ela é acusada de contratar pessoas para agredir os próprios manifestantes, sendo de acordo com a interpretação que eu tive a discussão só surgiu com a seguinte frase: “Quem queima bandeira da CUT é fascista”, isso faz alusão há um ato político em uma manifestação em Brasília onde uma bandeira da CUT foi queimada.

O bloco O é um prédio onde se centraliza a administração do ICHF e as coordenações de alguns cursos da pós-graduação e que possui um número reduzido dos escritos, sendo esses em sua maioria transcrições de poesias ou músicas. Uma exceção peculiar nesse bloco é um escrito que divulga a venda de morfina e outras medicações controladas.

No bloco N encontrei menos discussões de cunho político quanto no P, mas reparei que havia vários escritos a respeito do comércio e do uso de maconha.  A discussão que mais me chamou a atenção se iniciou com a seguinte frase: “Jesus não morreu por mim”, onde em seguida a discussão se seguiu para defesas da crença da razão da morte de Jesus até um escrito dizendo para ter a religião que quiser “só não encher o saco”. Uma discussão curta também observada é a respeito de um tipo de escrito que encontrei em diversas cabines, alguém escreveu na língua árabe em diversas portas, mas apenas no bloco N alguém respondeu e ainda repreendendo o fato da pessoa se utilizando de tal língua com o pretexto de estarmos no Brasil.

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