O cinema como ferramenta didática para o ensino das variantes dialetais do Espanhol
Enviado por robertac • 24 de Febrero de 2014 • Trabajo • 1.559 Palabras (7 Páginas) • 183 Visitas
O cinema como ferramenta didática para o ensino
das variantes dialetais do Espanhol
1. Identificação
Orientador: Prof. Dr. Darío de Js. Gómez Sánchez
Aluno: Amanda Raquel Silva de Albuquerque
Centro de Artes e Comunicação - Departamento de Letras
Título do projeto:
O cinema como ferramenta didática para o ensino das variantes dialetais do Espanhol.
2. Introdução
Devido a fatores de ordem econômica, política e cultural, relacionados com a integração sul-americana, o Espanhol vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil; o que se faz evidente na frequente apertura(abertura) de cursos de língua espanhola e no crescente interesse na cultura dos países vizinhos. Além disso, no âmbito acadêmico, é cada vez mais frequente a preocupação com tópicos como a identidade latino-americana, as diferencias e semelhanças históricas e culturais entre o Brasil e os demais países do cone sul, o bilinguismo espanhol/português, entre outros assuntos que fazem parte do amplo espectro de temas e problemas que o grupo de pesquisa denominado Círculo de Estudos em Cultura Latino-americana (CECLAM/UFPE) tenta definir.
No plano específico do ensino de línguas, a maior difusão da língua de espanhola no Brasil enfrenta duas dificuldades particulares: as notáveis semelhanças entre o Espanhol e o Português, o que pode levar a uma incompetência linguística justificada pela aparente competência comunicativa; e a diversidade de variantes geográficas ou dialetais do Espanhol, o que determina aprendizados parciais. Com relação ao primeiro assunto, são cada vez mais frequentes os trabalhos em linguística aplicada ao ensino do espanhol para brasileiros: fonéticas e gramáticas comparadas que se ocupam de especificar as semelhanças reais e aparentes e as diferenças fundamentais entre as duas línguas romances; trabalhos que são implementados pelos professores de espanhol e que contribuem à qualificação do ensino dessa língua no Brasil.
Menos frequentes são os trabalhos relacionados com as variantes dialectais do Espanhol e sua influência no ensino/aprendizagem. De fato, cada professor tem uma variante específica (muito mais evidente no caso dos professores nativos), mas essa especificidade é assumida como generalidade pelos estudantes, que desconhecem a particularidade dessa variante e acabam aprendendo-a ou imitando-a como norma definitiva. Só que no momento de entrar em contato com outras variantes aparecem problemas de comunicação que não foram previstos, precisamente pelo fato de considerar o particular como sendo general ou definitivo. Daí a necessidade de incluir o estudo da identificação das principais variantes dialectais no ensino da língua espanhola, isso permitirá não só evitar aprendizados limitados e limitantes, mas também relacionar o estudo da língua com as diferenças culturais, fator da maior importância nos novos enfoques da linguística aplicada ao ensino de línguas.
Só que, como temos falado( como mencionado anteriormente), cada professor domina uma variante específica, daí que tenha limitações para apresentar as outras variantes aos seus estudantes. Nesse caso se faz necessária a ajuda de recursos audiovisuais complementários que sirvam ao objetivo de dar a conhecer os diferentes usos geográficos da língua; recursos como gravações de áudio ou vídeos e, especificamente, filmes que apresentem essas variantes particulares. De fato, o cinema se apresenta como uma ferramenta didática da (de) maior utilidade para a identificação e o ensino das variantes não só linguísticas, mas também culturais do Espanhol, e é com o objetivo de sustentar sua importância e promover sua implementação que pretendemos desenvolver o presente projeto de pesquisa.
3. Definição do Problema
A língua é uma abstração, o que existe na realidade são falas ou realizações linguísticas diferentes segundo o contexto e os falantes. Uma dessas realizações está determinada pelo contexto geográfico onde uma língua é falada, é o que conhecemos como dialeto ou variante dialetal.
No caso concreto do Espanhol, é possível identificar dois grandes dialetos: o Espanhol peninsular e o Espanhol americano. O primeiro faz referência à língua falada na Espanha, mais especificamente ao “español madrileño”, identificável por características específicas como o Zezeo (diferenciação na pronuncia dos grafemas [s],[c],[z]), o uso de tempos verbais compostos (“hemos estudiado”) e a recorrência ao léxico mais arcaico (“vosotros”). Já na variante denominada espanhol de América se incluem um conjunto de subdialetos com características comuns tais como o seseo (igualação na pronuncia de [s],[c],[z]) e a recorrência aos tempos verbais simples (“estudiamos”); mas com diferencias notáveis como o Lleismo (diferenciação na pronuncia dos grafemas [y] e [ll]) e o uso de formas léxicas particulares ou regionais. De fato, o denominado Espanhol de América é também uma abstração que inclui as variantes andina, caribenha e rio-platense, entre outras.
O fato é que tais diferenças dialectais não são quase nunca consideradas no ensino da língua espanhola. Professores e estudantes se inspiram muitas vezes na variante espanhola por ser a de maior prestígio; ou, no caso contrário, falam uma variante do espanhol americano, mas sem ter consciência de suas particularidades, o que gera limitações no momento da comunicação por fora da sala de aula e afasta o estudo linguístico das condições culturais. Daí a necessidade de incluir o estudo das variantes dialectais no ensino do Espanhol no Brasil.
O problema está em que para a inclusão de tais variantes é preciso do conhecimento da língua em situação, e isso só pode ser possível perante a observação e audição direta de situações comunicativas, o que é difícil quando não se tem a possibilidade de convívio direto com a segunda língua. Mas, ainda que indiretamente, o cinema possibilita
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