Notas Sobre O Livre-Arbítrio
Enviado por mtrigo • 4 de Diciembre de 2012 • 226 Palabras (1 Páginas) • 342 Visitas
Tem sentido falar em livre-arbítrio ou vontade
livre nos tempos em que vivemos? Ao
defrontarmo-nos com as mais variadas
manifestações da cultura egoística e massificante da
globalização excludente neste final de século,
parece-nos, à primeira vista, até ridículo, dada a
avassaladora força política no processo de formação
de opiniões e consciência, dos meios de
comunicação de massa. Tal força faz parecer que
discussões sobre o livre-arbítrio são filigranas de
antigas e inúteis querelas escolásticas ou
nominalistas, perdidas no tempo. Entretanto, não
podemos perder de vista que elas são a base sobre a
qual foram erigidas as concepções e práticas da
individualidade ocidental, tanto pelos seus aspectos
positivos quanto por suas extrapolações, aparentes
ou não.
O tema deste trabalho é o livre-arbítrio no
pensamento medieval e o objetivo é trazer à reflexão
algumas questões ligadas ao tema presentes em três
das mais importantes de suas formulações:
Agostinho de Hipona, Bernardo de Claraval e
Tomás de Aquino. Esses autores congregam o que
de mais significativo foi escrito sobre o tema durante
quase mil anos. Eles também contribuíram para a
conformação da concepção cristã de livre-arbítrio,
patrimônio do cristianismo ocidental até pelo menos
o século XVI, quando houve, no seio do cristianismo
ocidental, a famosíssima querela a respeito do livrearbítrio
entre Erasmo de Roterdã e Martinho Lutero.
As contribuições dos autores aqui estudados
devem ser compreendidas no contexto do
pensamento cristão, no qual foram produzidas,
condição essa que põe esses autores em destaque e
permite também a compreensão da influência que
exerceram sobre toda filosofia e religião ocidentais,
transformando-se em marcos referenciais
obrigatórios no pensamento cristão.
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