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Vergnaud Arnaldo De Alencar


Enviado por   •  23 de Octubre de 2012  •  2.059 Palabras (9 Páginas)  •  1.037 Visitas

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Vergnaud Arnaldo de Alencar – Seu Alencar (Biografia)

(* 1917 -  1983)

“Felizes são as famílias que tem história, porque lhes é dado o jubilo de recordá-la; porque ela constitui a fonte fecunda, inesgotável e profunda de suas energias morais; porque a cada passo que dão sentem, atrás de si, o registro de sua própria imortalidade” (Júlio Dantas).

Vergnaud Arnaldo de Alencar – “Seu Alencar” ou “Seu Vernô”

Nordestino de nascimento, originário de Exu no sertão pernambucano, cidade conhecida nacionalmente por ser também a terra natal do rei do baião, Luis Gonzaga, do qual também foi seu contemporâneo.

Descendente direto da tradicional família dos Alves Feitosa da região do Cariri, por seu pai, Cândido Arnaldo de Alencar, que era filho único de Leonardo Arnaldo de Castro Alencar e Maria Leite de Alencar. Sendo que estes vieram a falecer ainda na sua infância, tornando órfão de pai e mãe o mesmo foi criado por seu tio, um importante coronel exuense: Coronel José Arnaldo de Castro Alencar, um dos fundadores do Novo Exu e Conselheiro Municipal da cidade, no ano de 1893.

Seu Cândido, seu progenitor, era conhecido na região, como Mestre Candóia, pois seu ofício era o de mestre de obras no ramo da construção civil. Pela sua genitora, Antonia Leite de Alencar, a Dona Santa, descendia da família Leite de Alencar do interior do Ceará.

Vernô, como era conhecido pelos seus conterrâneos nordestinos, nasceu no sítio “Saco Grande”, junto ao Pé da Serra do Araripe, pertencente aos seus pais, no distrito de Canabrava, onde teve a companhia de seus irmãos consangüíneos Leonardo Bizarria Arnaldo de Alencar; o “Major Bizarria”, que teve participação ativa na tomada de Monte Castelo, na Itália durante a segunda guerra mundial; Raimunda Rami de Alencar, Maria de Lourdes de Alencar; poetisa e escritora, freira a mais de 60 anos residente em Uberaba-MG e Maria Betize de Alencar.

A cidade de Exu foi por muito tempo, mais de 40 anos, palco das desavenças familiares e políticas entre as famílias Alencar e Sampaio, gerando uma rivalidade incomum entre as famílias pernambucanas. Desta contenda, resultou em diversos entreveros e óbitos de muitos de seus descendentes de ambas as famílias. Apesar das inimizades entre as famílias, que muitas vezes eram parentes próximos, seu Vernô, nunca se envolvera com os fatos ocorridos na sua distante terra natal.

Após seu primeiro casamento ocorrido em 20 de Dezembro de 1940, com sua prima legítima, Maria Soares Leite, filha de sua tia Emília Leite Soares, teve seu primeiro filho: Francisco Assis de Alencar, o Assis, que nasceu no dia 10 de novembro de 1941, na Canabrava, distrito de Exu.

Desse matrimônio, tiveram quatro descendentes: o primogênito Francisco de Assis de Alencar (Assis) que teve um papel muito importante na vida de seu pai em seus primeiros momentos de sua deficiência visual; Emília Soares de Alencar (Mila); Vernô Arnaldo de Alencar Filho (Cacá) e Antonio Arnaldo de Alencar (Milagroso), e ainda criaram juntos mais dois filhos: Marcílio Arnaldo de Alencar e Wilson Borba de Alencar, ambos nascidos em Campo Grande-MS.

Como a vida estava muito sacrificada e havendo escassez de oportunidade de trabalho e perspectivas de progredir o casal partem para o sudeste no ano de 1942. Sua irmã mais velha, Maria Betize e seu companheiro Eloi, seguem junto a eles e vão fixar residência em Pirapózinho, interior de São Paulo.

Permaneceu nesta região do pontal do Paranapanema, onde desenvolveu diversas atividades, como na cidade de Presidente Prudente e Pirapózinho. Neste período alternava suas habilidades entre vendas no comércio, ambulante e o ramo da construção civil.

No ano de 1945, migra para o então Mato Grosso, primeiramente na região de Dourados, onde havia uma grande concentração de nordestinos e parentes que vieram se estabelecer no recente loteamento social criado pelo então governo de Getúlio Vargas, de Vila Brasil. Mais foi especificamente em Itaporã, onde se encontravam diversos parentes como figuras ilustres desta cidade, entre os quais os Soares e os Cordeiros, que seu Vernô se estabeleceu no ramo do comércio, onde verificamos algumas de suas proezas enquanto comerciante e construtor.

Neste período, ocorre um fato que o distinguiria para sempre, a perda gradativa da sua visão. Com o agravamento desta moléstia, ocasionado pelo descolamento de retina e catarata, seu pai que se encontrava a serviço de diversas obras, apressa em levá-lo aos melhores centros de tratamento da visão na época, como Campinas e São Paulo. Mas, quisera o destino lhe reservar esta outra condição, vindo a perder totalmente a visão no ano de 1947. A partir desse acontecimento, reluta em voltar ao nordeste, levando em consideração a sua determinação em prosseguir desbravando seu destino, através de seu companheiro inseparável: seu filho Assis, que na época tinha apenas 7 anos.

Sua chegada em Campo Grande ocorreu no final do ano de 1947, tendo em vista o franco desenvolvimento desta importante cidade no cenário mato-grossense. Com suas habilidades para o comércio começa a alternar seus empreendimentos, entre o ramo da construção civil e sua loja comercial. Sendo que nesta época contou com a grande e valiosa ajuda de seu grande amigo e empreendedor local o Sr. Manoel Ferreira Damião, português radicado nesta cidade de grande capacidade empreendedora no campo industrial e imobiliário.

Destacamos a conjuntura daquele tempo, em que ele ter vivido em uma época de grande movimento e desenvolvimento da história social de Campo Grande, onde se estabeleceu e construiu um grande número de amigos, figuras ilustres e anônimos concidadãos, que o reconheceram como um personagem ímpar de nossa sociedade: entusiasmado, relutante, desbravador, empreendedor, poeta e determinado a realizar sempre, apesar de sua deficiência.

Fica na memória dos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo em vida como um grande predestinado, humanista e um grande acolhedor principalmente dos desafortunados da sorte e imigrantes que ali chegavam vindos de trem de todas as partes do estado e de outros países. Seu Alencar, o “ceguinho” como passa a ser identificado por alguns, não levava em conta os procedimentos e tipo de vida e de trabalho de seus fregueses e inquilinos, alugando casas e apartamentos tipicamente populares a preços módicos e sem fiança, exigindo apenas o adiantamento dos aluguéis. Para tanto, estabeleceu concomitantemente uma loja de móveis para que os possíveis inquilinos pudessem ali também adquirir seus móveis e eletros-domésticos.

Neste período constitui em sociedade com seu conterrâneo

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