Trabajo de linguistica.
Enviado por guhmadeinjapa • 27 de Septiembre de 2016 • Ensayo • 1.904 Palabras (8 Páginas) • 192 Visitas
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Trabalho de español
Curso de Letras - Noturno - 6º Semestre
Aluno: Gustavo Roberto de Freitas
ASSIS
2015
Diferentemente de ciências como geologia e astronomia, onde o fator tempo não é relevante nem causa problemas para os estudos de seus respectivos objetos, dentro da linguística este pode vir a criar dificuldades, sendo sua divisão em duas partes uma necessidade interior, cada uma com seu princípio. São elas: linguística estática (referente à sincronia) e evolutiva (referente à diacronia). Em ambas prevalece a noção de valor, “um sistema de equivalência entre coisas de ordens diferentes”. (CLG, p.121).
Antes de Saussure, os linguistas comparativistas estudavam a língua sob uma perspectiva diacrônica – com exageros, o que os fazia estudar a evolução dos fatos da língua, e não a língua em si. Uma das características da linguística do mestre genebrino são as dicotomias, ou oposições realizadas perante uma base comum. A primeira delas foi a dicotomia entre língua e fala, onde optou pela primeira em detrimento da segunda. A segunda bifurcação foi entre Sincronia (syn = juntamente + chronos = tempo) e a Diacronia (dia = movimento através de + chronos = tempo). Na figura abaixo observamos o eixo das simultaneidades (AB), sincrônico: imaginando que fosse uma sentença qualquer, estudaríamos cada elemento e sua função em oposição ao outro (artigo, preposição, sujeito, complemento, objeto direto, etc.) e o das sucessões (CD), diacrônico, representando as possibilidades colocadas no eixo da sincronia.
C[pic 2][pic 3]
A B
D
A linguística estática relaciona-se diretamente com a e analisa a língua a partir de um recorte no tempo, pois segundo Saussure, o linguista só pode realizar a abordagem do sistema de valores, estudando e avaliando suas relações sintagmáticas e paradigmáticas, sincronicamente: “a língua constitui um sistema de valores puros que nada determina fora do estado momentâneo de seus termos” (CLG, p.122).
Para o falante nativo, que usa a língua como veículo de comunicação e interação social, pouco importa a sucessão dos fatos da língua no tempo, a maior parte dos indivíduos sequer pensa em diacronia. A única realidade que representa alguma importância para tal indivíduo é apresentada de forma imediata e é a do estado (sincrônico) da língua.
A partir desse ponto façamos uma comparação da língua ao jogo de xadrez. Tanto no jogo de xadrez como na língua existe um sistema de valores e é possível assistir suas modificações. Cada posição do jogo de xadrez corresponderia a um estado da língua, cada peça ocupa uma posição no tabuleiro e possui um valor; igualmente na língua, cada elemento possui valor determinado a partir da oposição e contraste com outros elementos. Também observamos que o sistema tem valor momentâneo, variando de uma posição para outra. E o mais importante, quando uma peça se desloca, não provoca mudança geral no sistema, apenas faz com que mude de uma sincronia para outra, um estado para outro. Assim, aquele que observa o jogo e suas alterações desde o começo tem todas as informações necessárias para entender o que acontece, da mesma forma que alguém que acaba de olhar para o jogo em seu andamento, sendo necessário somente conhecer as regras do jogo, do sistema.
Saussure, porém, reconheceu que havia uma diferença entre o jogo de xadrez e a língua. O jogador de xadrez teria total liberdade para deslocar as peças conscientemente, agindo intencionalmente sobre o sistema, enquanto o falante não pode premeditar o que acontece, porque na língua “é espontânea e fortuitamente que suas peças se deslocam, ou melhor, se modificam” (CLG, p.131).
Portanto o sistema sincrônico não tem nada em comum com o diacrônico. A sincronia institui uma “gramática geral” que trata somente de estados de língua estabelecendo diferentes relações para incumbira gramática, ou seja, trata-se de um recorte no tempo.
A Linguística evolutiva, também conhecida como linguística diacrônica, é um estudo da língua através dos tempos. Ao lidarmos com um fenômeno em evolução, nossos estudos podem ser separados em dois métodos distintos: um estudo prospectivo, que acompanhe o curso do tempo comparando dois ou mais estados da mesma língua, sejam antepassados ou descendentes uns dos outros. É o mais utilizado em linguística histórica. O outro é o método retrospectivo, ou comparativo e ocupa-se dos estados da língua que tenham parentesco entre si e, por meio da indução e dedução, procuram na medida do possível estabelecer sua forma ao estado antepassado mais antigo, comum a todos os outros estados. Na prática ambos os métodos são utilizados em conjunto.
Ao analisarmos o eixo de Saussure, o estudo diacrônico é representado na vertical, nos mostrando uma transformação de determinado fenômeno ao longo do tempo, seja esse posterior ou anterior à sua época. Saussure também nos fala que esses fenômenos (diacrônicos): “não têm relação alguma com os sistemas, apesar de os condicionarem”. (CLG, p.127). Estabelecendo assim uma relação de determinados sentidos anteriormente não percebidos por um coletivo, que se substituem uns aos outros sem formar um sistema. Dentro dessa linha de raciocínio, podemos afirmar que o fato diacrônico é de caráter acidental e particular, e ao enquadrarmos uma lei dentro do estudo diacrônico podemos apontar que é de caráter imperativo, restrito somente a língua, não sendo sistêmico e não afetando o mesmo. Já no que diz respeito à lei sincrônica, pode-se afirmar que esta é geral e não-imperativa.
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